Roteiros de Viagem – Bariloche, Argentina


Bariloche, cidade localizada na Província de Rio Negro na Patagônia Argentina com aproximadamente 130.000 Hab. O nome da cidade vem de “Vuriloche” que na língua Mapoche quer dizer “Povo de trás das montanhas” e que segundo a Wikipedia devido a um erro de ortografia, já que em espanhol a letra V é pronunciada como B, o nome da cidade foi registrado como Bariloche . Distante 1640 km de Buenos Aires, 250 km de Osorno e 390 km de Puerto Montt no Chile, próximos destinos nesse roteiro.

Este destino começou saindo do Aeroporto Internacional Comandante Armando Tola em El Calafate (FTE) até o Aeroporto Internacional Teniente Luis Candelaria (BRC) em Bariloche. A viagem dura em torno de 1h45 de vôo. Como o vôo era no meio da tarde, não deu para fazer muita coisa na chegada além de check-in no Hotel e contratar os passeios para os dois dias em Bariloche além de dar uma caminhada pela cidade à noite, jantar e descansar para o dia seguinte. Um passeio pela Mitre dá para passar por várias lojas de chocolate como Del Turista, Mamuschka e Fenoglio.

De todos os hotéis que fiquei na viagem esse foi o mais simples, era uma hospedaria, mas muito bem localizada. A três quadras do Centro Cívico onde fica a central de turismo e a prefeitura de Bariloche e como era só para descansar, pois a rotina ia ser bem puxada nos dois dias, foi bem acertado.

No primeiro dia, o fiz o Passeio Chico que dá para ver bastante coisa em Bariloche. O trajeto percorrido pela Avenida Bustillo contorna os Lagos Nahel Huapi (que em Mapoche significa Ilha do Tigre) e Moreno. Com uma pequena parada na fábrica de produtos de Rosa-Mosqueta, prosseguimos para a Capilla San Eduardo e o Hotel Llao-Llao onde cruzamos a ponte Angostura que une os Lagos Nahel Huapi e Moreno.

Na sequência chegamos ao Cerro Campanário, com seus 1.050 metros. Com o teleférico de cadeirinhas (aerosilla) se chega em 7 minutos ao topo onde tem uma confeitaria que se pode tomar um bom lanche assistindo a paisagem dos lagos em 360°, uma das 10 melhores vistas do mundo.

O primeiro dia termina com a ida ao Cerro Catedral onde tem a estação e escola de esqui mais perto da cidade, subir até o topo desse cerro leva um pouco mais 25 minutos de subida dos 1.030 metros da base até chegar aos seus 2.388 metros no cume. Lá em cima dá para ver as nuvens e estava nevando quando cheguei e um pouco de vento, mas agradável. Se achar frio é só entrar no Refúgio Lynch para um chocolate quente com “hamburguesas”.

Depois de um dia cheio, uma janta rápida fui a Boliche de Alfredo. Se imaginar aquele corte de um suculento bife argentino é o que encontrei de melhor custo benefício. Atendido pelo “Don” Alfredo e sua esposa, o lugar é pequeno, mas bem aconchegante. Na parede ao lado do caixa tem um quadro com notas do mundo todo. Não deixei um real ali pois Bariloche é muito freqüentada por Brasileiros. Esta a duas quadras do hotel, então cama!!!

O segundo dia foi a ida ao Refúgio Neumeyer com um passeio de dia todo, no Vale do Vulcão Chalhuaco. Estava em dúvida do que fazer no dia livre em uma lista interminável de passeios por Bariloche quando encontrei um casal de brasileiros em El Calafate que indicou esse como sendo o passeio a ser feito em Bariloche. E foi o que fiz. O trajeto de 30 minutos do centro até lá é feito em Land Hovers com tração 4x4 para subir até o refúgio que fica a 1.200 metros do nível do mar. Chegando lá nos foi oferecido um farto café da manhã com bolinhos, bolos, café e chocolate quente. Após, duas opções: aulas de esqui nórdico ou caminhada em elevação leve de 300 metros morro acima por entre o bosque até a Laguna Verde (que estava congelada), único habitat da “rã do chalhuaco”. Durante a caminhada pode-se observa a mudança da vegetação à medida que vamos subindo. No caule das lengas é que cresce um fungo que produz um fruto amarelo comestível chamado Llao-Llao (lembra do Hotel), pois é, os índios Mapuches apreciavam essa iguaria que na língua deles quer dizer doce-doce.

Descendo e retornando ao refúgio, um almoço servido à beira do fogão a lenha esquenta após a caminhada pela neve. Depois para se divertir, uma sessão de esqui-bunda (ou como eles chamam lá culi-patin... bem parecido). Exaustos todos que participaram do passeio retornam aos seus hotéis. Dica, para ir ao Refúgio Neumeyer evite ir com grandes turmas de empresas de turismo, com grandes turmas não tem café e almoço. Só chá. Com turmas pequenas, o passeio é filmado e todos aparecem no vídeo que pode ser encomendado e entregue no hotel mais tarde pela empresa Diversidad. Uma boa lembrança do passeio.

Na noite de despedida de Bariloche, fui mais uma vez ao Boliche do Alfredo. Só que no de massas, e adivinhe? Lá estava o Sr Alfredo de novo, ele é onipresente nos quatro estabelecimentos que possui. A massa estava muito boa, nem em Buenos Aires comi uma massa tão boa, mas tinha que levantar cedo para ir a rodoviária de Bariloche no dia seguinte, pois o próximo trecho da viagem até Puerto Montt no Chile seria por via terrestre, literalmente um passeio pelas Cordilheiras onde cruzarei a fronteira entre Chile e Argentina. Ah a fronteira é definida por uma linha imaginária traçada entre os pontos mais altos da cordilheira, pois traçados de rios poderiam ser mudados, mas as montanhas não e isso definiu a fronteira entre esses dois países.

O que faltou fazer: subir ao Cerro Otto, com seus 1.405 metros. Passeo Grande ao Cerro Tronador e a Cascata dos Alerces. Passeio a Vila La Angostura, San Martin de Los Andes com o passeio aos Sete Lagos, El Bolson e Comarca Andina do Paralelo 42 e o tradicional passeio de barco a Isla Victoria e o Bosque de Arrayanes que segundo dizem inspirou Walt Disney a criar o filme Bambi.

Até Puerto Montt no Chile.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tecnologia do Chimarrão

Como Calibrar a Bússola do seu Smartphone

Lasanha de Berinjela à Bolonhesa